Hoje saiu a entrevista de Gurcius Gewdner, cujo o produtor dessa filmagem foi Fabiano Pereira Lourenço Soares, foi uma entrevista de 10 minutos, porem com conteúdo, amplo e educativo, para gosta De Gurcius Gewdner.
Aproveitei que consegui entrar em contato com Fabiano Pereira Lourenço Soares e resolvi fazer umas perguntas relacionadas ao meu Ídolo, não são muitas perguntas, mas o essencial, para mais conhecimento sobre o artista.
1-Como conheceu o Gurcius Gewdner?
(FPLS)Conheci o Gurcius Gewdner de verdade (sem ser os filmes dele ou que ele editou) em 2012, durante uma oficina na Mostra do Filme Livre do Rio de Janeiro. Ele, o Petter e o Caselli "ministraram as aulas", e eu estava lá por conta do Petter, eu realmente não conhecia nada do Gurcius exceto o que ele editou com o Petter (em 2008 ou 2009, numa mostra da Canibal que rolou no CCBB, vi o Gurcius pela primeira vez, um sujeito estranho, cara de gângster e meio que ignorei). Aí como eu tinha escrito uma história pra gravar na oficina, e não tinha nenhuma menina para fazer o papel de mulher que pagava um boquete para o marido e acabava arrancando o pau dele com a boca, Gurcius fez esse papel. Em troca, eu fui um morto com tripas de peixe e groselha em cima de mim para a parte do Petter, e o mesmo morto, violado por um personagem punheteiro para a parte do Gurcius (que era o Petter). Parece confuso, mas basta você ver o filme "Perdigotos da Discórdia" que você vai entender (o curta que fizemos nessa oficina da MFL = Perdigotos da Discórdia ). Estou cortando a história um pouco, pois a oficina seria outra coisa, mas deu merda porque um ator acabou cuspindo em transeuntes de rua e acabou saindo na porrada com ele, o que fez com que a idéia fosse rejeitada (por sorte, pois era uma merda, e me permitiu enviar a história maluca pro Petter ficar animado de gravar).
Enfim. assim conheci Gurcius Gewdner, e desde então acho que a gente passou a se esbarrar e conversar, eu comprei uns filmes dele, ele se mudou para o Rio, volta e meia precisava de alguém pra tomar conta da Mini Mulamba, e ve ou outra falava comigo para tomar conta da casa dele (sei lá, devo ter cara de mongolzão, um cara que não roubaria os milhares de discos, CDs ou livros na casa dele, logo, confiável). Acho que escrevi demais já para como o conheci.
2-Qual foi a razão de fazer a entrevista dele?
(FPLS)Estava fazendo um curso ano passado, e tínhamos que entrevistar pessoas do meio audiovisual. Embora conheça bastante gente aqui do Rio, quis fazer com o Gurcius porque sei dos perrengues de se fazer cinema independente (também faço alguns vídeos, de vez em quando), e mais ainda ele, com experimentações fodas e tal, todo ousado, achei que seria uma entrevista interessante para quem quer saber sobre cinema independente. E ainda mais tendo, mesmo que em pouco tempo, obtido uma "intimidade" de falar quais filmes dele eu adoro e os que eu acho uma merda, então, assim, um cara que não se abala com o que acham dos filmes dele. Enfim, todas as qualidades que a galera gente boa gosta. Logo, além dele, fiz também com o Ricardo Rodrigues (também cinema independente - do Cinema de Guerrilha da Baixada), mas mais voltado para filmes mais convencionais) e com o Allan Sieber, que fez animações e curtas, mas que é totalmente pessimista sobre isso. Então, peguei 3 visões diferentes, sendo o Gurcius esse entusiasta do cinema alternativo independente e das experimentações audiovisuais (no entanto, um cara total consciente do que está fazendo, o que muito me assustou quando tive uma conversa com ele sobre justificativa de montagem - bem antes da entrevista)
3- Como foi fazer esse vídeo?
(FPLS)Foi bem legal porque pude conhecer um pouco mais do que às vezes conversamos, porque nunca chegamos a níveis tão profundos do que o que gravei (muita coisa não entrou por conta do tempo limite de 10 minutos, mas cheguei a conversar com ele depois sobre o que ele falou). Foi um aprendizado para mim, porque raramente em conversas entramos em papos específicos da vida cinematográfica dele, mas como eu conhecia muito dele, fui fazendo as perguntas, mas fui endo surpreendido com respostas muito mais profundas do que o que eu sabia. Ou seja, eu tinha uma linha guia na minha cabeça pelo que conversamos e pelo que vejo dos trabalhos dele, mas ele se soltou muito mais na entrevista. Uma câmera muda as pessoas, e o papo que seria informal comigo, e descambaria logo para algum papo idiota ou para histórias estranhas, com uma equipe na casa dele e uma câmera na frente, ele se portou muito mais controlado e pareceu abrir o coração sobre a carreira dele. De verdade.
4- Qual é a inspiração e/ou sentimento que o Gurcius lhe traz?
(FPLS)Gurcius traz uma inspiração lógica, ainda mais agora que ele está conseguindo um tempo remunerado para trabalhar nos filmes dele: viver com a sua arte. Ele é foda, porque além de se divertir pra caralho (seja fazendo filmes, com Os Legais, desenhando, enfim...), esse puto agora tá sendo reconhecido pelo seu trabalho. O que é maravilhoso! E sentimentos que o Gurcius traz, são muitos: ódio, amor, alegria, confusão, pena. Hahahhaha é um mix porque os filmes dele são realmente "ame ou odeie", e tem uns que eu odeio, muito. E ele, Gurcius, quando fala sobre a vida dele, real, parece que está falando de personagens: tem coisa que eu já quase me mijei de rir, mas ele jura que é verdade; tem umas angústias meio infantis às vezes, mas totalmente sinceras; e é espalhafatoso pra caralho. Quando eu penso em Gurcius, primeira coisa que me vem à cabeça é "Ahhhhhhhhhhhhhh FAAAbiAAAAANOOOOOOO", todo desproporcional e maluco. Ele é um ser que diverte irritando. Inclusive, casei ano passado, e lógico, não podia chamar um padre nem porra nenhuma religiosa pra me casar.... CHamei o Gurcius, que fez a cerimônia em um terno... cara, sei lá como descrever aquilo, e o roteiro escrevemos e botamos em um livro do Hellraiser. Foi algo lindo. Tinha que ser ele, porque o Gurcius é uma mistura de sentimentos muito louca, tipo um relacionamento.
